Rui Lopes dos Reis, Profissional na Área de Gestão e Doutorado em Administração Hospitalar, área em que se mantém no activo.
Voluntário e associado da Ser Mais Valia desde 2021.
Presidente do Conselho Fiscal e Coordenador de formação em gestão hospitalar.
Vamos conhecer melhor o nosso voluntário e associado.
GC (Graciela Pinheiro) – Quem é o Rui, como se define?
Sou determinado em concretizar o que devo e posso fazer, o que às vezes se pode confundir com teimosia. E sou generoso, gostando muito de ajudar os outros, porque sei, com algum egoísmo, que acabo sempre por receber mais do que dou. Portanto, sou fundamentalmente uma boa pessoa embora teimosa e egoísta.
GC – Como se encontrou com a Ser Mais Valia e que motivações o levaram a fazer parte dela?
Conheço o presidente Lincoln da Silva há mais de 40 anos. Somos amigos desde os tempos em que fazíamos corridas de muitos quilómetros, mais tarde passamos a praticar golfe e agora almoçamos frequentemente conversando sobre tudo e mais alguma coisa…. Foi ele que me convidou para ser o associado 66 da SMV, o que imediatamente aceitei.
GC – A Ser Mais Valia foi a primeira experiência do Rui no voluntariado?
Foi a minha primeira e única experiência de voluntariado.
GC – Faz parte dos Órgãos Sociais da SMV, onde preside ao Conselho Fiscal. Como vê o futuro da SMV?
Fui o presidente do Conselho Fiscal de 2022 a 2024. Creio ter sido convidado para essas funções porque sabiam que durante toda a minha vida profissional de administrador hospitalar tive, muitas vezes, de tomar decisões em função do orçamento disponível, portanto era uma matéria que conhecia bem. Mas do que não se lembraram é que meses antes eu frequentara um curso intensivo, em representação da SMV, para desenvolver e avaliar orçamentos adequados às ONG´s, o que facilitou muito o meu trabalho no Conselho Fiscal.
Francamente muito auspicioso. Basta ver a quantidade crescente de atividades realizadas e das muitas que nos são solicitadas e a que podermos dar resposta, assim consigamos admitir mais associados, com as qualificações necessárias, para tal ser conseguido.
GC – É Coordenador da formação em gestão hospitalar que decorre em Cumura na Guiné -Bissau. Pode falar-nos desse projeto?
Mais uma vez o presidente desafiou-me para conceber e Coordenar um Curso de Formação sobre Administração Hospitalar (online), a realizar no Hospital de Cumura- Guiné-Bissau, onde já estivera em missão de aconselhamento, exatamente nessa área, a Ana Lopes.
Pouco tempo depois chegou a Lisboa o Dr. Alberto Quetmacha, administrador daquele hospital e, durante um almoço de trabalho, onde também esteve presente o presidente, ajustou-se o plano do curso que eu fizera às necessidades mais prementes do hospital.
Esse curso foi composto de três módulos:
-Conceitos de Administração Hospitalar. Lecionado pela Ana Lopes aproveitando a sua experiência anterior, nos dias 7, 14 e 21 de dezembro.
-Gestão de Recursos Humanos- Lecionado pelo Raúl Costa nos dias 11, 18 e 25 de janeiro. Convidei este docente, apesar de não ser associado da SMV, dada a sua longa experiência no ensino e no exercício profissional desta matéria.
– Aprovisionamento. Gestão dos Stocks e de Armazenagem, que eu mesmo lecionei a 8, 15 e 22 de fevereiro.
Foi um curso muito elogiado pelos participantes, segundo várias informações que tivemos, nomeadamente do administrador do hospital.
GC – Para além das actividades da SMV, está envolvido num projeto pessoal de apoio a jovens estudantes moçambicanos. Quer falar-nos sobre ele?
Sempre foi minha intenção que o projeto pessoal de apoio a jovens moçambicanas, que desenvolvo, fosse considerado também um projeto da SMV, como descreverei de seguida.
Descrição do Projeto:
a. Tudo começou com a conversa que tive com o Ângelo Soares, Coordenador deste tipo de projetos que, ao ter conhecimento desta minha intenção, deu-me o contacto da Irmã Filipa da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras do Imaculado Coração, que, por sua vez me recomendou apoiar a Carminda Cuengue, a quem faltavam dois anos para terminar o curso de Engenharia Agro Pecuária. E assim, na qualidade de associado da SMV, durante os anos de 2023 e 2024, financiei todas as suas despesas escolares (propinas do curso e do estágio final) e pessoais (aquisição de um computador, de medicamentos quando teve uma forte anemia, etc.) Uma vez concluído o curso terminou esta minha missão.
Durante aqueles 2 anos fui informando verbal e ocasionalmente a SMV, nomeadamente o presidente, do que se ia passando, mas nunca algo foi escrito e formalizado, daí que também nada fosse noticiado, parecendo, de fato, que era um projeto que eu desenvolvia “pessoalmente para além das atividades da SMV”.
b. No início deste ano a Irmã Filipa entrou em contato comigo, perguntando-me se eu estaria disposto a financiar uma bolsa de estudos a atribuir à Rambewa José para concluir os dois anos que lhe faltavam do curso de Técnica de Medicina Geral. Aceitei o encargo após ter dado conhecimento ao Ângelo Soares e ao presidente da nossa Associação. Este levou o assunto a reunião do Conselho Diretivo que apoiou esta iniciativa, o que foi expresso em texto que posteriormente me foi enviado. O financiamento desta bolsa de estudos consiste no envio trimestral de 100€ durante os anos de 2025 e 2026, tendo já sido realizada a transferência de janeiro.
Desta vez tudo foi formalizado por escrito, pelo que esta atividade deverá ser considerada pessoal, mas integrada nas atividades da SMV.
GC – Em jeito de conclusão, quer reportar algo que considere relevante?
Creio ser relevante referir que a Ser Mais Valia permitiu-me fazer o que há muitos anos pretendia, ou seja, prestar auxílio financeiro e acompanhamento pessoal a jovens, eventualmente dos PALOP´s. Não sei se será ainda possível realizar uma missão presencial à Guiné-Bissau, pensada para 2021,mas que a pandemia do COVID-19, sentida em 2020 e 2021,não permitiu concretizar.
Graciela Pinheiro
Voluntária da Ser Mais Valia