Sandra Borges tem 31 anos e tem 2 filhos.
É Auxiliar de Educação há 11 anos, na valência de creche e jardim de infância, no Centro Paroquial de Nossa Senhora de Porto Salvo. É, desde 2010, Presidente e uma das sócias fundadoras da Associação Moinho em Movimento, com a qual a Ser Mais Valia colabora com aulas de Português.
Fez o Curso, de 2 anos, de Liderança Servidora na Academia Ubuntu do Instituto António Vieira, donde surgiu o projecto que desenvolve na comunidade.
Tem participado em cursos de Empreendedorismo Social apostando em competências que lhe serão úteis para o desenvolvimento do seu trabalho na comunidade.
Sandra é o elo de ligação entre a comunidade e os parceiros e instituições, exercendo um trabalho intenso e persistente.
1- O que representa para si a Ser Mais Valia (SMV) sobretudo agora em que o “Moinho em Movimento” estabeleceu uma parceria com a Associação?
A SMV tem sido uma grande parceira no trabalho que se tem desenvolvido com a faixa etária sénior, onde tínhamos detectado uma forte vontade em desenvolver competências que lhe tinham sido negadas por não terem tido acesso à escola.
Através da SMV tem sido possível criar um espaço onde se sentem bem e onde se têm desenvolvido quer a nível social; quer de aprendizagem.
2- O Ensaio Geral Solidário da Companhia Nacional de Bailado, do passado dia 9 de Outubro, reverteu para um projecto da sua Associação chamado: ” Da Horta para o Prato”, para equipar uma cozinha social. Qual é a finalidade desse projecto?
O projecto da “Horta para o Prato” foi pensado desde o início quando foi instalada a cozinha. Na altura recebemos 5 espaços da empresa Teixeira Duarte, conseguimos intervenção da SIC Esperança em 4 deles, ficando o último para a cozinha com o apoio da Câmara Municipal de Oeiras e da Junta de Freguesia de Porto Salvo. Estas duas entidades ajudaram nas obras e pintura do espaço, ficando para nós a procura de apoios para o projecto avançar. Este projecto consiste numa cozinha comunitária – estilo “take away social”- onde será feita uma sopa comunitária e outras refeições a baixo custo e de fácil acesso para a comunidade mais carente.
A parte da horta comunitária é uma forma de criar laços na comunidade, entre jovens e adultos, e que dali possam sair alimentos para ajudar a confeccionar a nossa sopa comunitária.
3- A sua intervenção na comunidade é muito intensa e activa, o que a faz mover?
O que me move é acreditar nas competências de cada um pois, para mim, todos temos algo para dar e se cada um de nós, como uma gotinha no oceano, fizer a sua parte, faremos, certamente, a diferença.
Nestes contextos é muito difícil as pessoas acreditarem nas suas competências e eu, como membro desta comunidade e sendo fruto dela e tendo uma visão mais aberta, posso dar o meu contributo fazendo com que possam apostar mais em si trabalhando a parte social, que se perde muito hoje em dia pelo condicionamento da nossa rotina individual. Temos de valorizar cada vez mais o espírito de comunidade.
4- Acha que o seu empenho na comunidade contribui não só para o desenvolvimento da mesma ou tem uma intenção mais abrangente e globalizada?
O meu empenho contribui para o desenvolvimento da comunidade, das pessoas que dela fazem parte, mas também é minha intenção levar tudo o que é aqui realizado para fora dos limites do bairro.
Dar a conhecer que nem tudo o que se ouve sobre os bairros é verdade, e que nele existem pessoas trabalhadoras, batalhadoras e de portas abertas para o Mundo e para o que ele tem para nos oferecer.
Recolha por Isabel Amorim