4 PERGUNTAS A… MARIA HELENA COELHO*

1- Helena, já temos um longo caminho percorrido desde o projecto inicial MAIS VALIA até à formação da Associação SER MAIS VALIA. Na tua opinião esta caminhada valeu e continua a valer a pena?

O projecto original, da responsabilidade da Fundação Calouste Gulbenkian, teve a função de aproveitar as competências dos maiores de 55 anos, pondo-as ao serviço da cidadania e desenvolvimento, realizando missões de curta duração em África.

A Ser Mais Valia surge ancorada nos princípios do projecto original mas com um âmbito de actuação mais alargado, não só os PALOP mas também Portugal e outros países.

Na minha perspectiva, apesar desta caminhada não ser fácil, penso que tem valido a pena, nomeadamente por permitir aos mais velhos continuarem activos, estarem disponíveis para outros e de trocarem saberes e experiências de vida com os mais novos (projecto Mentoring).

2- És, sem dúvida, um elemento valioso e muito activo da S.M.V. – intervéns, fazes críticas construtivas, geras discussão, sempre no intuito de seguir em frente e melhorar – a tua formação em psicologia e sociologia tem muito a ver com a tua atitude. O que te faz intervir ou mexer e o que gostarias de ver acontecer?

A tua leitura é muito generosa a meu respeito. Sim, quando adiro a uma ideia, a um projecto, procuro contribuir para que possa acontecer. É uma forma de estar na vida, não como espectadora mas intervindo como sei e posso. Acho que sempre fui assim, a formação académica que fui prosseguindo e a experiência de vida ajudaram-me a alargar horizontes.

3- Actualmente fazes parte do projecto Mentoring da SMV, que já conta com resultados muito interessantes. Queres contar um pouco sobre a tua actividade nesse projecto enquanto mentora?

Este é um projecto em construção, desde a ideia original ao primeiro jovem que contactámos em Junho 2017. À medida que este se vai alargando, em número de estudantes e de mentores, temos a necessidade de o ajustar permanentemente. Os princípios e valores, esses mantêm-se, as práticas necessitam de adequação.

É um trabalho muito gratificante tanto no grupo coordenador mas, sobretudo, no contacto directo com os jovens. É uma troca de experiências de vida, nós procuramos fornecer-lhe ferramentas que os ajudem a concretizar os seus sonhos e eles, se estivermos atentos, permitem-nos ter acesso às realidades dos mais novos, suas experiências de vida e a apreciar os benefícios de respeitar as diferenças.

4- O que sugeririas para sermos uma S.M.V. mais dinâmica, mais participativa e mais envolvente para todos?

Entendo que devíamos apostar na aprendizagem contínua dos associados, entre outros temas, sobre voluntariado, cidadania e desenvolvimento, conceitos e práticas em actualização permanente. A intergeracionalidade deveria ser fomentada e trabalhada, pois a todos enriqueceria. A pandemia permitiu-nos aceder e trabalhar on-line, não deveríamos perder esta oportunidade para melhorar a sua utilização através de encontros periódicos entre associados e, logo que possível, encontros presenciais pois todos necessitamos de estar face a face uns com os outros.

A presidir a uma Assembleia Eleitoral da S.M.V.

* Maria Helena Coelho, associada fundadora da S.M.V., muito activa e presente na associação – um elemento muito valioso.

Licenciada em Psicologia Educacional e Mestre em Sociologia, sempre muito atenta à evolução e à caminhada da associação. E tal como a própria diz: «…num projecto, procuro contribuir para que possa acontecer.»

Estar na vida, não como espectadora mas intervindo sempre – é o seu lema de vida.

 

Recolha de Isabel Amorim
Voluntária da SMV