O Dia Mundial da Água foi criado e implementado pela ONU com o ojectivo de promover a reflexão sobre a importância da água, sensibilizando e consciencializando as pessoas para a utilização eficiente deste recurso escasso e essencial à vida.
Criado no dia 22 de Março de 1992 foi, nesta data, divulgada a Declaração Universal dos Direitos da Água, onde são apresentadas várias medidas, sugestões e informações, no sentido de despertar a consciência ecológica da população e governos. No seu artigo segundo, cita que o direito à água é um dos direitos fundamentais do ser humano: o direito à vida.
Em Março de 2019, no Fórum Internacional sobre a escassez da água na agricultura, realizado na cidade da Praia em Cabo Verde, o director do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola referiu que a escassez de água poderá afectar 3,5 mil milhões de pessoas em 2025, caso não se tomem medidas até lá.
A maior parte dos países africanos está exposta à escassez de água. África tem 37% dos terrenos áridos do mundo. De acordo com a Convenção das Nações Unidas para o combate à desertificação, a escassez de água em alguns lugares áridos e semiáridos, causará o deslocamento de 24 a 700 milhões de pessoas até 2030.
A água poderá transformar-se num factor geopolítico de guerras e conflitos no mundo. Existem já alguns conflitos, designadamente no Médio Oriente e continente africano com a disputa pela posse de água potável. O continente africano, particularmente a África Subsariana, é a região mais afectada pela falta de água de qualidade, segundo informação das Nações Unidas. Esta Organização, em conjunto com os países do mundo, discutem formas de consciencialização da importância da adequada administração dos recursos hídricos.
A recuperação das florestas africanas são fundamentais para a retenção de água.
O consumo de água suja ou contaminada é a causa de casos de diarreia nas crianças que acabam, muitas vezes, por morrer, sobretudo crianças menores de 5 anos. Segundo a ONU, do total de mortes de crianças com menos de 5 anos, 15% podem ser atribuídas à diarreia.
A escassez de água obriga que os países adoptem medidas para colmatar a falta. É o caso da China, que está entre os 13 países listados pela ONU com grave falta de água. Com 21% da população mundial o país tem apenas 6% da água potável do planeta. A capital aposta na transposição de água, redirecionando rios, do sul para o norte que é mais árido. Na Austrália optou-se pela construção de duas estações para remover o sal da água colectada no oceano Índico e torná-la potável.
O crescimento populacional, que é o caso da India, em que a crise da água na capital está ligada ao aumento da população, a intensificação da actividade económica e as mudanças climáticas, são factores que contribuem para os níveis de escassez de água.
Uma das metas dos Objectivos do Milénio, era diminuir à metade o número de pessoas sem acesso a água limpa e a condições básicas de higiene sanitária. Nos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável, designadamente o nº 6, denominado “ Agua e Saneamento”, o objectivo é assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todos.
Graciela Pinheiro
Voluntária da SMV
