Foi esta a mensagem forte deixada por Alfredo Abreu aos novos Associados da SMV. O vogal da direção da Confederação Portuguesa do Voluntariado (CPV) foi convidado no âmbito da formação para candidatos a associados, realizada na sede da Associação no passado mês de julho.
Esta confederação, que congrega 45 organizações de voluntariado e promotoras de voluntariado, representa os voluntários e o voluntariado em Portugal. Neste momento, integra o grupo de trabalho responsável pela revisão da legislação do voluntariado. A atua lei, com 20 anos, está a ser revista e adaptada, no sentido de tornar o voluntariado uma força transformadora com valor acrescentado não só para as pessoas mas também para a economia. Ficou para reflexão o seguinte pensamento: “Numa sociedade em que tanto se fala em Desperdício Zero, seja ele de água, energia ou alimentar, nunca se ouve falar em desperdício humano. E o voluntariado é uma forma de o evitar, colocando esse enorme património ao serviço da sociedade.”
Seguiu-se uma visita guiada pela História, pelos Estatutos e Regulamento da SMV, em que a Ana Lopes, responsável pelo Grupo Coordenador do projeto Mentoring SMV, também deixa também alguns desafios: sendo a natureza da associação de voluntariado sénior +55 anos, como promover a intergeracionalidade e chegar também aos mais jovens? Em que medida a SMV tem essa vocação para intervir em situações de emergência e/ou catástrofe também prevista nos Estatutos? Talvez numa intervenção de retaguarda?
Depois do almoço tivemos a oportunidade de conhecer, pela voz dos associados responsáveis, algumas das Missões nos PALOP: TIC, Formação Profissional, Saúde e Língua Portuguesa; bem como os projetos EscritAfricando e Mentoring SMV, que se desenvolvem em Portugal.
Neste encontro de formação participaram 10 novos associados em formato presencial e online, estando prevista uma nova edição no mês de outubro para novos candidatos, reforçando e renovando assim a bolsa de voluntários da SMV.
Em jeito de encerramento foram citadas as palavras de Adélia Prado, escritora e poetisa brasileira vencedora este ano do Prémio Camões: “Podei a roseira no momento certo e viajei muitos dias aprendendo de vez que se deve esperar biblicamente pelo momento das coisas.”
Aproveitamos para fazer uma breve apresentação de alguns dos recém-chegados, a quem a Direção deseja as boas-vindas, e conhecer quais as suas expectativas relativamente à sua participação na vida da SMV.
EU SOU…
Ana Boeyen Suspiro, tenho 55 anos e sou licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Em julho terminei uma pós-graduação interdisciplinar da Universidade Católica do Porto em Direitos Humanos e gostaria que o meu contributo como voluntária na SMV pudesse ajudar a concretizar o projeto final que idealizei com 4 colegas do curso: uma Missão SMV na Prisão Central de São Tomé e Príncipe, chamada “Teia dos Afetos”. Continuo a colaborar de alma e coração com a área de projeto da Comunicação que integrei no mês de março deste ano, com o estatuto de Amiga da Associação.
Cesário Filipe Barros da Rocha, tenho 59 anos e sou licenciado em Ciências Sócio Militares pela Academia Militar. Atualmente com o posto de Coronel, exerço funções de Presidente da Delegação de Vila Real da Cruz Vermelha Portuguesa.
Sou Auditor da Defesa Nacional e recentemente concluí o Curso de Gestão Civil de Crises. Gostaria que o meu contributo como voluntário pudesse ajudar a concretizar projetos da SMV em S. Tomé e Príncipe e Guiné-Bissau.
Fernando Miranda, tenho 70 anos, sou licenciado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, reformado com o grau de Consultor, Especialista em Patologia Clínica tendo feito a minha carreira profissional quer no Serviço Nacional de Saúde quer no sistema privado. Presentemente trabalho como voluntário no Herbário do Jardim Botânico do Museu Nacional de História Natural e da Ciência.
O meu contributo como voluntário da SMV tem como finalidade ajudar a desenvolver projetos (sobretudo na área da Saúde) que possam de alguma forma melhorar as capacidades assistenciais locais e apoiar através do programa de Mentoring alguém que possa contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços de saúde prestados às populações locais.
Graça André Queirós nasci em Lisboa, em 1948. Sou Assistente Social, profissão (e vocação) que exerci mais de 30 anos. Desenvolvi um trabalho direcionado para crianças e jovens em situação de vulnerabilidade e suas famílias. Coordenei durante alguns anos, um bairro de realojamento de imigrantes vindos das ex-colónias e respetivos serviços de apoio e desenvolvimento comunitário (empreendedorismo, associação de moradores, jardim de infância e creche, ATL, lazer, formação de adultos, alfabetização). Participei na vida académica na formação de futuros Assistentes Sociais (nacionais e de outros continentes). Dediquei-me à investigação na área da Ética do Serviço Social e, posteriormente, na área da Formação dos Assistentes Sociais como mediadores Direitos Humanos, bem como na divulgação, debate e inovação da minha profissão a nível nacional e internacional, também enquanto membro da minha Associação Profissional, Como hobby participo num grupo de estudo e debate no campo da Filosofia Prática. Neste momento, já aposentada, realizando ainda, algumas daquelas atividades de intercambio, sou despertada para uma outra forma de qualificar “mais mundo”, trabalhando na “Ser Mais Valia”, pondo tudo o que sei, ao serviço dos destinatários desta Associação, cujo convite agradeço todos os dias em que trabalhamos.
Zé Paulo Delgado, tenho 68 anos e estou reformado. Estou disponível para participar em atividades de voluntariado com as quais me identifico. Tenho uma carreira de mais de 40 anos, a trabalhar em empresas multinacionais de Tecnologia de Informação. Após alcançar cargos de gestão, as minhas responsabilidades centraram-se na gestão de equipas, atuando em ambientes multiculturais, por exemplo no Brasil, India, Moçambique. Em todas as situações, para atingir os objetivos traçados, foi sempre de extrema importância a capacidade de diálogo com os clientes, a gestão de topo, os pares e as equipas que geri, tendo-se sempre alcançado um elevado nível de motivação, independentemente das condições existentes.
Maria Helena Coelho
Área de Gestão de Recursos Humanos