Teresa Pessoa é membro dos órgãos sociais da SMV, como vogal do Conselho Fiscal. É Professora Associada da Faculdade de Psicologia e de Ciências Educação da Universidade de Coimbra. Integrou a associação em 2017 ainda na Fundação Calouste Gulbenkian. Venham daí conhecê-la um pouco melhor.
Quem é a Teresa Pessoa e como chegaste à Ser Mais Valia?
Sou uma mulher nascida numa aldeia, no Centro de Portugal, que cresceu com forte vínculos à natureza numa família numerosa com exemplos fortes de determinação, luta, mobilização da vontade, do bem fazer aos outros, de generosidades várias e, também, de criatividade, de prazer pela viagem e da importância do sonho!
Cheguei à SMV num momento de procura de mais sentidos para a Vida para além do que a academica hoje no ensino universitário promove. A ideia de ser uma mais valia para uma associação ou para os outros – entusiasmou-me. A possibilidade de melhor conhecer África fazendo formação de professores fascinou-me. Navegando pela Internet (serendipity) – encontrei a Ser Mais Valia. Fiz a formação para integrar a SMV em 2017 ainda na Fundação Calouste Gulbenkian.
Ainda estando no ativo, como compatibilizas o teu trabalho com o voluntariado?
Não é fácil sobretudo nos inícios e nos finais de anos letivos quando os nossos alunos ‘regulares’ exigem mais de nós. Mas o bom clima de amizade e ‘colo’ que temos neste voluntariado ajuda-nos a continuar, aqui também, o nosso caminho.
A que projetos estiveste ou estás ligada?
Neste momento sou vogal do Conselho Fiscal, e, por outro, integro a equipa coordenadora do Projeto “Mentoring Ser Mais Valia”. Tenho colaborado como formadora nos Projetos da SOLSEF “Projeto “Capacitação Pedagógica” e “Qualificação Pedagógica” para professores na Guiné Bissau, através de supervisão a distância e produção de materiais didáticos.
Que balanço fazes da ligação à área de projeto Mentoring SMV e quem são os seus mentorandos?
Este trabalho tem sido uma constante aprendizagem não só com os próprios formandos, com a sua cultura e forma de estar e pensar, mas também uma aprendizagem entre pares, através de um diálogo que se tem vindo a construir com regularidade.
Neste momento estou a acompanhar o Ermano Deuna Nhaga que está quase licenciado em Psicologia na U. Porto; a Sadjo Nancó, quase licenciada em Administração Pública pela Universidade de Coimbra; o Alexandre Furtado de Barros que acaba o 2.º ano de engenharia eletrotécnica, na Universidade de Coimbra; a Hércia Jeovana Monteiro da Silva que está a frequentar o 1.º ano de Direito, na Universidade de Coimbra. O Emir Franklim de Lima Boa Morte e a Imaculada Cabral são estudantes de doutoramento, já com mais autonomia, na Universidade de Coimbra.
É já no sábado, 28 de setembro, que se realiza o nosso Encontro Nacional de estudantes, mentores e amigos do Mentoring SMV, integrado no programa de acolhimento e integração da comunidade internacional da Universidade de Aveiro.
Fala-nos também um pouco mais sobre a parceria da SMV com a Associação SOLSEF – Sol sem Fronteiras e ao trabalho que estás a desenvolver no âmbito dos referidos projetos de capacitação e qualificação pedagógica de professores, em Empada, na Guiné-Bissau?
É um trabalho que, como referi, tem sido a distância por motivos profissionais que não me têm permitido partir por tempos alargados. Mas a formação de professores é a minha área de trabalho regular e tem sido um grande prazer. Aprendemos muito com o ‘olhar’ e o trabalho que a SolSef desenvolve.
Faz parte dos teus planos partir em Missão com a SMV?
Gostava, sim! Vamos ver as possibilidades e condições. Mas também há cá muito a fazer!
Que outros hobbies/interesses tens nos teus tempos livres?
Voltei a viver no campo e de certa forma estou a aprender a ser ‘agricultora’. Onde eu agora vivo estou com o projeto Educ@rteNatureza para ver se ajudo a criar vínculos significativos com a terra onde se nasce e cresce. Estes vínculos são fundamentais para aprendermos a cuidar e a proteger as ‘nossas florestas’ que são tão importantes para todos nós e que têm sido palco de grandes tragédias.
Obrigada Teresa, vemo-nos no Encontro Nacional Mentoring SMV, em Aveiro.
Dos seis estudantes de que a Teresa Pessoa é mentora falámos com o Ermano Deuna Nhagae e a Sadjo Nancó, ambos quase a terminar as suas licenciaturas. O papel dos mentores é fazer um acompanhamento dos percursos académicos e pessoais destes estudantes do ensino superior.
“Sou Ermano, estudante de Psicologia na Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP).
Eu tornei-me mentorando da SMV através do Instituto Camões, instituição da qual sou beneficiário através de uma bolsa de estudos e que tem uma parceria com a Ser Mais Valia. Parceira essa que me permitiu fazer parte do projeto Mentoring SMV e poder ser acompanhado pelos mentores dessa organização.
O meu projeto de vida (um dos meus projetos de vida), relativamente aos meus estudos na área de Psicologia é acabar o curso e regressar, a médio longo prazo, para o meu país de origem. Com o objetivo de dar a minha contribuição para o desenvolvimento da Guiné-Bissau e aplicar os meus conhecimentos nos processos de mudança do nosso sistema educativo, principalmente.
O meu sonho (um dos meus sonhos) é poder olhar um dia para trás e orgulhar-me do meu percurso. E saber que todo o apoio que tenho recebido durante do este processo da minha bolsa e da Ser Mais Valia, principalmente, não foi em vão!”.
“Conheci a Ser-Mais-Valia por intermédio do Camões, IP.
Estou tirando licenciatura em Administração Pública e Privada, na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Vivo em Coimbra. No momento pretendo terminar o curso e encontrar um trabalho. Também quero fazer estágio na minha área.
Diria que o meu sonho é encontrar felicidade em qualquer caminho que vida possa me levar.”.
Ana Suspiro
Voluntária da Ser Mais Valia