“Ser Cidadão no Mundo- Direitos Humanos”

Workshop «Ser cidadão no mundo – Direitos Humanos» facilitado no decurso dos dois eventos, por Graça André, em Coimbra, e Isabel Vieira, em Évora

“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.”

(Artigo 1.º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, ONU)

A parte da manhã foi dedicada aos Direitos Humanos numa dinâmica orientada por Graça André, docente da Universidade Católica. É assistente social de raiz, mas desde sempre interessada e apaixonada pelos Direitos Humanos, além de mentora e voluntária da SMV. A mesma dinâmica ocorreu em Évora, com a Professora Isabel Vieira, professora da Universidade Católica do Porto (UCP), e também Amiga do Mentoring SMV.

Depois de uma apresentação geral dos presentes, somos interpelados com a frase “Todos nós temos direitos e deveres na área dos Direitos Humanos.” Trata-se de uma dinâmica idealizada por Hanz Walz, cuja obra “Serviço Social, Direitos Humanos e Relações Interculturais”, Graça André coordenou com Antonela Jesus. Hanz Walz, autor de vários livros e criador da dinâmica realizada, entendia que os assistentes sociais são agentes dos Direitos Humanos.

A primeira parte do workshop pretende apresentar diferentes visões da Terra a partir do contacto com diferentes mapas que retratam os continentes de modo diverso: o Atlas Mercator que foca a perspetiva eurocêntrica e colonialista; o Atlas de Peters mostra os continentes com as suas dimensões e proporções reais; o Mapa Australiano que mostra o “mundo invertido” com o Pacífico como centro do mundo. No encontro de Évora, a disposição da sala da Universidade permitiu espalhar os mapas e ter uma melhor perceção das suas diferenças. A partir dessa observação ficou a reflexão: “Como vemos o mundo e como nos vemos a nós próprios?”

Numa segunda parte, procurou responder-se a algumas perguntas: Como vemos esse lugar? Como é que os direitos e deveres de cidadania são realizados neste espaço, na resposta às necessidades básicas e universais? Como são organizadas as relações e trocas? Numa estrutura hierárquica tipo matrioska ou numa teia de aranha tipo rede horizontal? Como podemos vir a concretizar a sustentabilidade «pensar global e agir local» e vice versa?

Na terceira parte da dinâmica, fomos convidados a organizar grupos de 6/7 pessoas, em que cada grupo escolheu um Continente, um País, uma Cidade ou Aldeia e criou um perfil de uma pessoa a viver nesse local. A partir daí, são identificadas as necessidades básicas de sobrevivência e as necessidades básicas de realização pessoal e enunciadas, em voz alta, essas necessidades: a conclusão é que, independentemente das geografias e contextos as necessidades básicas são as mesmas ou muito semelhantes, variando no grau: dignidade, alimentação, saúde, habitação, educação, segurança. Mas, muitas dessas necessidades básicas são condicionadas em função do contexto, em que a religião e a cultura se podem manifestar de forma autoritária/redutora, ou humanista/libertadora (Erich Fromm). Cada grupo através do perfil desenhado é convidado a escrever exemplos de resposta humanista/libertadora e de resposta autoritária/redutora.

Para terminar, abordou-se a relação entre Direitos Humanos e a Sustentabilidade, isto é, a nossa “capacidade de satisfazermos as necessidades do presente, preservando os recursos para a satisfação das necessidades das gerações futuras.” (Cimeira da Terra, Rio, 1992). Ficou essa reflexão final de como dar resposta a essas necessidades básicas e universais, de forma durável e preservando os recursos do Planeta. Uma boa reflexão para continuar a discutir ao almoço.

https://www.uceditora.ucp.pt/pt/coloquios/3120-servico-social-direitos-humanos-e-relacoes-interculturais.html

Sinopse: Articular Serviço Social, Direitos Humanos e Relações Interculturais, tem sido uma tarefa desafiadora. Na Europa e nos estados membros, que enfrentam a maior mobilidade migratória das últimas décadas, os cientistas sociais e políticos, debatem e pesquisam, sobre a situação criada com a chegada destes novos grupos migrantes. As questões que se colocam são: quem são eles, o que procuram e o que é que a Europa lhes pode dar em termos de melhores oportunidades. É urgente encontrar as formas adequadas de gerir este novo fenómeno. Isto implica, além da fidelidade a alguns dos valores fundamentais europeus, como sejam a solidariedade, a igualdade e a justiça, pôr em prática um conjunto de competências que os interventores sociais não poderão rejeitar, para responder às necessidades básicas e à concretização dos Direitos Humanos em cada cidadão.

 

 

Comunicação SMV