4 perguntas a Fernanda Gomes

Maria Fernanda Gomes, à beira dos 74 anos, aposentada desde 2006, é voluntária da Ser Mais Valia

A sua vida activa teve início num Gabinete de Estudos e Planeamento ligado ao turismo, passando mais tarde pela programação e análise informática num grande grupo empresarial.

Mas a sua real opção de vida foi a Educação – professora formadora na área da matemática nos diferentes graus de ensino, em 3 continentes. O terminus foi na ESEL.

 

O que representa para ti a Ser Mais Valia (SMV)?

Quando chegou a aposentação, depois de uns tempos para reorganização da nova etapa, perguntei-me o que fazer com o capital de experiência de vida social / profissional que tinha tido como privilégio. Sentindo que, por um lado estava ainda com capacidades físicas e mentais para poder trabalhar e por outro entendia que devia retribuir o muito que fui recebendo ao longo da vida, fiz voluntariado individualmente e/ou integrada numa ONGD. Quando a FCG abriu concurso para o projeto Mais Valia uma amiga chamou-me a atenção, dizendo “concorre, é a tua cara”.

O projeto [SMV] da FCG terminou, mas abracei de imediato a ideia da Associação SMV. Não só respondia positivamente à minha questão inicial  como  me oferecia a  oportunidade de pôr em prática o potencial que adquiri ao serviço da comunidade, e também contribuir para o meu próprio bem estar, manutenção de autonomia e desenvolvimento de atividades diversificadas.

De que forma participas nesta Associação?

A minha participação formal na Associação passa por 2 vertentes: secretária da AG e coordenadora do Grupo de Projetos. Em permanente articulação com a Direção promovo encontros com o grupo onde se discute propostas de colaboração, oportunidade de adesão a um projeto e estratégias de desenvolvimento; estabeleço comunicação com parceiros e voluntários para elaboração de TDR e programa da missão. Quando é necessário a SMV conta com a minha disponibilidade, dentro das minhas competências.

Já foste em missão, tens conhecimento do que permanece do teu trabalho, da SMV no local?

Fui em missão a Angola e Moçambique, mas ainda no âmbito do projeto Mais Valia.

Desloquei-me a Moçambique com a associada M. José Mota em Novembro de 2016 com os objetivos seguintes: -conhecer o Projeto Ser Humano “Apoio a Crianças e Jovens Vulneráveis de Moçambique”, em virtude de ter sido proposto à futura Associação (a SMV estava a ser criada nessa altura) assumir o projeto; -divulgar os objetivos da SMV, estabelecer contactos com potenciais parceiros e recolher elementos para futuros projetos. Como consequência resultou o projeto “Famba” no âmbito da Cidadania e Desenvolvimento (2 missões); foi estabelecida parceria com a associação local Khandlelo com quem se desenvolveu o projeto “Capacitação Pedagógico de RH (1 missão); os apadrinhamentos a 4 Casas de JovensVulneráveis foram retomados.

Olhando para o teu percurso profissional o que reforçarias ou repetirias com vista a contribuir para o desenvolvimento global sustentável?

No meu percurso profissional sempre procurei, quer junto dos jovens, quer dos adultos, incutir comportamentos no sentido do desenvolvimento global e sustentável – como formadora não podia deixar de o fazer, até para ser coerente comigo própria. Talvez em certas situações pudesse ter sido mais persuasiva e interventiva.

 

Isabel Amorim