4 perguntas a … JOSÉ JANA*

 

1 – Jana, esta é a Newsletter de dezembro 2020 e, para finalizar o ano, quero fazer-te as 4 PERGUNTAS – aceitas o desafio?

Que remédio. A rubrica é da tua responsabilidade e encaro-a como parte do trabalho que me foi confiado. Sim, é a última deste ano único. Mas gostaria de dizer que, por maiores que possam parecer as nossas dificuldades, nada são comparadas com as que passam outras pessoas noutras zonas do mundo, onde a guerra ou a fome ou a falta de respeito pelos direitos mais elementares são o pão de cada dia. E mesmo cá, há problemas muito maiores do que os vários graus de confinamento – exceção feita, é claro, aos mortos e àqueles que ficaram com a vida arruinada.

2 – Este é o último mês de um ano muito difícil e atípico. Como coordenador do Grupo de Comunicação qual é o balanço que fazes da nossa associação em tempo de pandemia? Podemos falar de resultados otimistas sobretudo nas áreas em que se conseguiu dar continuidade ao trabalho?

Como nos outros lugares, houve um antes e um depois de Março. Antes, a vida corria com normalidade e a SMV estava a iniciar um projeto em Bissau (em que tive a honra de participar). Depois, o grosso do Plano de Atividades teve de ser suspenso, mas a criatividade não. Foi, por isso, necessário chamá-la a contas. Se deixou de ser possível “partir” em missão, tornou-se necessário procurar formas mais digitais de “estar” em missão. Alguns projetos foram desenvolvidos em formato digital (com a Guiné-Bissau e com Moçambique), outros adotaram a modalidade dupla (caso do Mentoring). Além disso, houve um reforço no trabalho de organização, seja nos sistemas de gestão corrente, seja na preparação de novas ações no futuro, em especial na negociação de protocolos e de projetos. Tanto a Direção como os vários grupos de trabalho não “aproveitaram” o vírus para descansar, antes procuraram as respostas necessárias perante a nova situação. Pelo contrário, a Direção sempre se manteve ao leme e pediu aos vários grupos de trabalho que mantivessem as mãos nos remos.

Perguntas-me se são “resultados otimistas”. Sabendo que somos uma pequena associação –em número de associados – e que trabalhamos numa área difícil, como não olharmos com otimismo para o ano que caminha para o seu termo. E se tivermos em conta que é uma associação de seniores (maiores de 55 anos), que foi capaz de se reinventar… nada mau, hein?

 

 3 – Na tua opinião como caracterizarias a evolução dos projetos este ano e quais foram os maiores desafios encontrados?

Como deixo sugerido acima, uma das caraterísticas foi a continuidade: a SMV continuou a sua atividade. A segunda foi a adaptação: fazer em modo digital o que não podia ser feito em presença. Por exemplo: o Kripor, preparação em língua portuguesa dos bolseiros que da Guiné-Bissau viriam estudar para Portugal, teve de ser feito em vários canais digitais, os possíveis de manter o contacto entre o formador cá e os formandos lá. O Mentoring não só continuou o seu trabalho, como reforçou a sua equipa para uma procura crescente (como sediz noutro local desta newsletter). As reuniões dos vários tipos passaram sobretudo para o formato digital. Contudo, repito, houve projetos que não puderam ir para o terreno: foram adiados. Mas houve também projetos que avançaram justamente para superar as dificuldades, caso do PEA – Português em A(c)ção, que em breve entrará em velocidade cruzeiro. Não devemos esquecer duas importantes campanhas feitas, como já as anteriores, na modalidade digital: apadrinhamento de estudantes em Moçambique e, agora, apoio à abertura de um poço na Guiné-Bissau. No caso do grupo de comunicação, mantivemos a normalidade tanto da newsletter como da alimentação do site e da nossa presença no Facebook, mantivemos a divulgação interna e externa dos vários projetos, mantivemos uma reflexão continuada sobre problemas gerais, sobretudo à volta dos Dias assinalados.

 

4 – E qual vai ser o caminho a seguir em 2021 para uma comunicação mais eficaz e participativa entre associados, amigos e não associados da S.M.V.? Vamos no bom caminho?

Continuidade e melhoria. Queremos melhorar a nossa presença no Instagram, continuar a procurar novos colaboradores nos vários canais e um reforço do Grupo de Comunicação, atingir novos destinatários com a nossa comunicação, fazer chegar a SMV e os seus projetos a lugares sociais onde devem ser conhecidos. E, se o vírus deixar, vamos organizar um evento presencial, um projeto que a seu tempo será divulgado.

 

* José Alves Jana, o Jana para todos nós, é associado da SMV e Coordenador do Grupo de Comunicação.

Homem de muitos afazeres: doutorado em Filosofia, jornalista voluntário, escritor com obra publicada, apaixonado pela rádio, homem de tertúlias literárias e filosóficas – é coordenador do Clube de Filosofia de Abrantes, presidente a direção de uma IPSS e participante do Centro de Estudos de História Local de Abrantes, de que foi um dos fundadores. E é um membro ativo na SMV.

 

Recolha por Isabel Amorim