4 PERGUNTAS A… AIDA BATISTA*

  1. Aida, a sua vida profissional tem um percurso muito curioso e muito variado – professora e Leitora de Português no estrangeiro – uma vida dedicada à educação.

O que destacaria desse percurso?

Aposentei-me quando perfazia 40 anos de docência em vários níveis de ensino – do primário ao superior. De todos eles guardo boas e gratas recordações. Devo, no entanto, confessar que, ser Leitora de Português no estrangeiro (Finlândia, Canadá e Angola) me permitiu viver a experiência única de sentir o interesse e o enorme entusiasmo dos alunos desses países pela Língua e Cultura portuguesas. Para mim foi muito enriquecedor, porque, além de alargar os meus horizontes, aprendi a olhar para as outras culturas de uma forma diferente.

 

  1. Teve experiências que deram origem a um livro: «Passaporte Inconformado». O que a levou a produzi-lo ou o que criou em si a necessidade dessa narrativa?

Esse livro resultou do facto de, em Toronto (uma das cidades mais multiculturais da América do Norte), para além da minha atividade docente, ter começado a colaborar em revistas e jornais da comunidade portuguesa. Em 2003, celebravam-se os 50 anos da chegada oficial dos portugueses ao Canadá e, para homenagear a nossa diáspora, decidi reunir 50 crónicas entre as muitas que tinha publicado.

 

  1. A educação e a escrita são dois pilares no seu percurso de vida. Um levou ao outro ou foram, desde sempre, as suas áreas de interesse ou a sua forma de intervir?

Comecei a dar aulas muito cedo (assim que terminei o antigo 7º Ano) num colégio privado. Aquilo que começara por ser uma forma de ter o meu pecúlio e ser autónoma, transformou-se, depois, numa paixão e vocação. A escrita surgiu numa fase muito mais tardia, quando, ao olhar à minha volta, decidi registar instantâneos de vida que, à primeira vista, não parecem ter importância, mas definem um tempo e um espaço que devem ser lembrados.

 

  1. Faz parte do grupo mais recente dos associados da SMV – um grupo novo num ano novo – grupo que será portador, com certeza, de novas ideias e de renovação na SMV. Como chegou até nós e o que a atraiu nesta associação?

Pelo exemplo do meu pai, o voluntariado sempre me atraiu. Quando estamos mais libertos e ainda intelectualmente ativos, como é o meu caso, temos o dever de partilhar com os outros o capital imaterial acumulado durante a nossa vida ativa.
Cheguei até à SMV através de uma conversa informal com um vosso associado, de quem tenho o privilégio de ser amiga e colega de atividades – Alves Jana.

 

* Aida Batista é licenciada em História, com Pós-graduação em Estudos Europeus e Mestre em Literatura e Cultura Portuguesa. Professora e mais tarde Leitora de Português no estrangeiro, tendo trabalhado em Helsínquia (Finlândia), em Toronto (Canadá) e Benguela (Angola).
Da sua experiência no estrangeiro publica obra iniciando com o livro: “Passaporte Inconformado”. É ainda uma ativista no campo da temática da migração feminina. Colabora com regularidade em jornais e revistas sobre a temática da emigração.
Atualmente dedica-se a várias actividades de caráter social e cultural. Tem vários livros publicados.

Faz parte do grupo de associados da SMV.

 

Recolha de Isabel Amorim