Por onde andam os nossos seis apadrinhados moçambicanos?
Provavelmente muitos dos nossos amigos já fizeram esta pergunta. Nem sempre a ausência de notícias é boa notícia, e de facto estes jovens sofreram bem mais do que cá os efeitos da pandemia: o ano escolar, que normalmente deveria ter terminado em fim de novembro, prolongou-se até março e foi marcado por interrupções e aulas intermitentes pela internet, o que não foi nada fácil atendendo aos recursos informáticos limitados aos telemóveis e aos custos dos dados. Felizmente não houve piores consequências.
Isto parece um introito a preparar más notícias, mas é exatamente o contrário! Apesar dos contratempos, os nossos jovens mostraram-se determinados e resilientes e todos eles estão a fazer progressos significativos. Senão vejamos:
A Carminda Luís concluiu todas as cadeiras do 3º ano de Agropecuária, na Universidade Pedagógica de Maputo, e está agora no 4º e último ano, que inclui estágio e defesa duma tese.
A Tina defendeu o trabalho final com nota 100% e concluiu o curso de Secretariado na Tecnicol.
A Teresa, que estava no 2º ano de Gestão de Recursos Humanos, na Pedagógica, foi contemplada com uma bolsa de estudos do governo indiano e encontra-se em Surat, a fazer o curso de Economia na Veer Narmad South Gujarat University.
Quanto aos rapazes,
o Zeca Carlos fez todas as cadeiras do 1º ano do curso de Ensino de Física, na Universidade Pedagógica, estando desde abril a frequentar o 2º ano.
O Joaquim ingressou no 1º ano de Gestão de Recursos Humanos na Universidade de S. Tomás de Aquino e, para além disso, tem estado a recuperar a casinha que foi da avó, na Matola, para nela poder habitar com a irmã e assim ter melhores condições para viver e estudar.
O William está a fazer o 1º ano de Psicologia Educacional na Universidade Pedagógica, uma segunda escolha porque, apesar de ter boas notas, não conseguiu o sonho de entrar em Medicina Dentária na Universidade do Lúrio, em Nampula.
Quer o Joaquim quer o William só agora começaram a ter aulas, prevendo-se que este ano letivo seja também um pouco prolongado, pelo menos até dezembro ou janeiro.
Podemos estar felizes com estes nossos jovens! Continuam a demonstrar garra e responsabilidade e a assegurar-nos de que o investimento que temos feito no seu futuro vai dar fruto.
Ângelo Soares
Voluntário da SMV