Revelação em Bissau

Bidamatcha Nhasse

 

Jovem pintor em ascenção

 

Tem 23 anos e pinta desde a infância, mas “só há uma ano profissionalmente”. Já participou em várias exposições, mas foi em março deste ano 2020 que fez a sua primeira exposição individual, no Centro Cultural Português em Bissau. Um êxito: quase tudo vendido e os maiores elogios pelo trabalho apresentado. Teve de aprender mais ou menos sozinho, através da “descoberta pessoal” pois, diz Bidamatcha Nhasse, em Bissau há “ciúme entre os mais velhos e os mais novos”, por isso “tive de aprender por mim próprio”.

Os temas e as cores têm fortes marcas africanas. Mas de pessoal, além do traço e da mancha, há a expressão de ”sofrimento, sofri bastante”. E explica: “Tive uma infância muito conturbada, a separação dos meus pais afetou-me bastante. Cresci vendo aquilo. Pela minha opinião, o que os levou à separação podia ser resolvido de uma forma simples. A resolução desse problema é que eu traduzi para a pintura: pinto de uma forma simples”.

Tem como sonho mobilizador “ser um bom pintor e transmitir às pessoas o que aprendi de forma espontânea”. Por isso ou para isso, não se deitou à sombra deste sucesso: já está a trabalhar para uma próxima exposição, embora ainda sem data marcada. E mantém relações estreitas com outros jovens pintores locais. Entretanto, comunica através do Facebook: Bidamatcha Nhasse. Um pintor com um percurso a acompanhar.

José Alves Jana