A Teresa quer ser jornalista e as bolsas de estudo da campanha “Nós vamos de férias mas eles continuam a estudar” podem ajudá-la a alcançar tal meta.
Não hão-de faltar motivos de reportagem para esta menina risonha de 17 anos que nasceu na Sofala e vive agora em Maputo, na casa Madre Maria Clara das Irmãs Franciscanas. Ela conta-nos quem é, mas prepare-se porque esta história contém relatos chocantes, impróprios para férias descomprometidas.
“O meu nome é Teresa Paulo tenho 17 anos de idade, nasci em setembro de 2001 na provincia de Sofala. Nasci de uma mae solteira abandonada pelo marido no periodo da gravidez sem qualquer bem, e que perante tal situação viu-se obrigada a trabalhar duro para garantir o seu sustento e da familia. Quando nasci as coisas ficaram ainda piores para ela, pois ela não possuia nenhuma condição financeira e não contava com qualquer apoio, o que só possibilitou com que mergulhasse numa pobreza extrema.
Contudo, ela conheceu as Irmãs franciscanas da Imaculada Conceição, que ao se depararem com tal situação, comprometeram-se a ajudar a minha mãe. Apesar da ajuda o sofrimento não acabou apenas suavisou-se. A casa onde moravamos era de materiais muito precários concretamente composta por bambus e lona que usavamos para cobrir o tecto e como consequencia do material precário, com pequenas chuvas e ventos a casa desabava deixando-nos assim a deriva e ao relento. Passamos momentos de tremenda fome e como consequencia tinhamos grandes problemas de saúde. A casa não tinha grandes gastos mas mesmo assim nos era dificil ter um pedaço de pão na mesa e passar dias sem meter qualquer coisa na boca tinha virado costume para nós.
Com o passar dos anos fui crescendo e situação permanecia até que as Irmãs Franciscanas começaram a intensificar a ajuda passando eu a ter algumas refeiçoes na casa das Irmãs. Quando chegou altura em que eu já podia começar frenquentar a escola, as Irmãs ajudaram a minha mãe a me matricular, e assim fiz a primeira e segunda classe mas sempre com o apoio das Irmãs.
Quando ia fazer a terceira classe, a Madre Geral das Irmas Franciscanas visitou a casa da Beira e quando tomou conhecimenti da situação em que minha mãe se encontrava decidiu ajudar levando-me a morar em Maputo.
Chegando a Maputo fiquei na Casa Madre Maria Clara, uma instituiçao das Irmãs Franciscanas onde me encontro até hoje. Aqui pude continuar com os meus estudos, estou agora a frequentar a décima segunda classe na área de letras com francês e o meu sonho é fazer jornalismo.”