No dia 22 de Fevereiro celebra-se mais um Dia Mundial do Pensamento.
Este dia surgiu no âmbito do Movimento Escutista feminino, o Guidismo, para ser uma jornada especialmente dedicada a refletir a organização e o Mundo, refletir sobre problemas sociais e encontrar propostas de ações de intervenção na sociedade tendentes à sua resolução.
Ao fim de alguns anos de celebração deste dia, o movimento refletiu na necessidade de dispor de meios financeiros para que as ações pensadas pudessem ser concretizadas. Foi criada uma angariação de verbas, baseada em pequenos contributos individuais mas contando com a participação massiva do Movimento. Foi constituído o fundo “O Tostão Mundial” e aquela angariação foi feita coincidir com o Dia Mundial do Pensamento.
O movimento, liderado pela Associação Mundial das Guias (WAGGGS), dedica o Dia do Pensamento de 2021 à construção da PAZ, mobilizando as Guias de todo o Mundo para a reflexão e desenvolvimento de atividades alusivas.
Em Portugal o Movimento é liderado pela Associação de Guias de Portugal (AGP).
Solveig Schytz, membro do parlamento norueguês, e antiga Comissária Nacional e Presidente da Associação de Escuteiros e Guias, submeteu a candidatura ao Prémio Nobel da Paz tendo sido nomeadas a Associação Mundial das Guias (WAGGGS) e a Associação Mundial dos Escu(o)teiros (WOSM). A propósito referiu: “É tempo de ser reconhecido o contributo destas Associações e dos seus jovens membros em todo o mundo na construção da paz” e “Num tempo em que o nosso mundo é ameaçado com tantos desafios internacionais, seja o clima, guerras ou a pandemia, precisamos de combater egoísmos e nacionalismos. Precisamos de dar aos jovens a oportunidade de se mobilizarem em torno de valores comuns e da importância do Serviço, não apenas na sua própria comunidade, mas também enquanto sociedade internacional”.
Convida-se o leitor a visitar os sites destas Associações, o nacional e o mundial, através dos links incluídos no texto, onde poderá encontrar maior detalhe para além deste breve enquadramento e informação das ações desenvolvidas pelo Movimento.
Como contributo para a celebração em causa, deixo uma reflexão.
Sendo essencial à construção da PAZ um ambiente de inclusão onde ninguém é deixado para trás, refletir sobre uma camada da população que sofre porque dificilmente encontra o relacionamento social adequado ao seu normal. Refiro-me às pessoas com Perturbações do Espetro do Autismo (PEA) cuja variedade de tipificações é muito grande mas que apresentam comummente dificuldade de socialização, muitas vezes ultrapassáveis ou atenuáveis com maior atenção, paciência e persistência. A questão torna-se pertinente na medida em que os estudos de prevalência que existem para o hemisfério Norte registam a tendência para crescimento e os poucos estudos para o hemisfério Sul apontam para números superiores aos registados no hemisfério Norte.
Seria útil para essa camada da população que as pessoas que se deslocam por exemplo para países africanos levassem na “bagagem” também alguma formação que lhes permita estarem sensibilizadas para identificarem estes casos.
Pedro Coutinho
Voluntário da SMV
