Dia Internacional da Solidariedade Humana (20 de dezembro)

“A solidariedade não é só para os outros”

 

Instituído pelas Nações Unidas o dia 20 de Dezembro é o DIA INTERNACIONAL DA SOLIDARIEDADE HUMANA – um valor fundamental da ONU para as relações internacionais no século XXI

O QUE SIGNIFICA E O QUE PROPÕE?

Promover a união na diversidade e consciencializar os cidadãos para a solidariedade.

Incentivar novos debates sobre como promover a solidariedade para alcançar os OBJECTIVOS de DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (ODS), realçando temas como: erradicação da pobreza; erradicação da fome; redução das desigualdades. Todas estas metas estão contempladas na Agenda 2030 dos ODS – são 17 artigos que merecem o nosso olhar e a nossa participação coletiva e individual.

A Agenda 2030 do Desenvolvimento Sustentável concentra-se nas pessoas e no planeta e a sua meta global, ou metas, são os direitos humanos e uma parceria global para baixar o número de pessoas em situação de pobreza, fome e doença.

As Nações Unidas pediram mais esforços após novas projeções de que a pandemia pode levar 115 milhões de pessoas à pobreza – isto não é só um número, são pessoas reais.

A sociedade grita por ajuda nos vários pontos do globo e é urgente implementar uma nova forma de viver, mais solidária e mais competente no cuidar.

 

A SER MAIS VALIA ( SMV) faz o seu trabalho de acordo com a AGENDA 2030 e procura estar presente de forma a contribuir para a sua aplicação no terreno actuando em áreas tão variadas como: educação, saúde, integração de estudantes estrangeiros, formação em tecnologias; quer nos PALOP; quer em Portugal.

A SMV «…põe ferramentas na mão», como diz Raul Manarte.

 

RAUL MANARTE, psicólogo social e ativista no terreno e em cenários de extrema vulnerabilidade diz:

« Há muitos apelos à solidariedade humana. Há quem pense que ela é parca, é rara e está em crise. Eu não acho. Eu acho que a solidariedade é a regra e não a exceção. O que falta não é vontade de ajudar – o que falta é saber como o fazer. Está na hora de nós, os que escrevemos e apelamos à solidariedade, focarmo-nos em dar opções às pessoas. Opções de 5 minutos ou de 5 anos.

E ao mesmo tempo lembrar que solidariedade é mais do que apoio benevolente, é mais do que doações. As ferramentas da cidadania e do ativismo estão disponíveis para todos, mas quase ninguém sabe disso.

Não basta tocarmos no coração das pessoas – temos de lhes pôr ferramentas nas mãos.»

 

MARINA STUSSI GARCIA, psicóloga social a trabalhar na Mauritânia, Coordenadora de Género para a delegação de «Médicos del Mundo Mauritânia» – diversos projectos sobre acesso à saúde e luta contra a violência sexual e de género:

«A solidariedade não é só para os outros.

Não é uma ação do eu para a outra, mas um ato onde participamos ambas. Onde o facto de ser solidária, me define e me torna humana no seu princípio mais básico.

Sendo solidárias somos sólidas, somos inteiras, somos uma. Reconhecemo-nos como vulneráveis, espelhando-nos na outra e, desde aí, poderosas na nossa capacidade de nos unir, de avançar juntas.

Não existe humanidade sem solidariedade, não é possível.

Somos naturalmente interdependentes, até nas mais mínimas expressões. Não só entre nós, pessoas, mas com o conjunto de elementos que nos permitem a existência e com os quais coabitamos e, portanto, coexistimos. A eles, também, devemos a vida.

Hoje, mais do que nunca, neste tempo de crise a tantos níveis, o estado hostil do mundo reflete as crises existenciais profundamente humanas que sofremos. Crises de identidade, de sentido, de vontade de viver, de incompreensão da existência.

Crises (auto)destrutivas.

Sejamos conscientes da nossa vulnerabilidade e voltemos a reconectar com a nossa força, a que nos define como humanos no seu princípio básico, mais natural, em conexão com todos os outros elementos; a força de criar, de partilhar, de multiplicar, de honrar, de agradecer, de crescer. Voltemos ao sentido da existência; voltemos a ser solidárias connosco, com as outras e com o mundo.

Sejamos vida.»

 

ELISA SANTOS, coautora do Projeto MAIS VALIA, citou um padre jesuíta:

«A única realidade que faz crescer uma pessoa é outra pessoa»

 

LAURINDA ALVES, jornalista e atualmente vereadora da Câmara Municipal de Lisboa, responsável pelos direitos humanos e sociais:

«O exemplo individual é muito importante, não é uma questão de crença religiosa, é uma questão de ética humana.

O que posso eu fazer à minha escala?, para que cada um por si, mas a pensar no todo, gere uma virulização no sentido positivo, gere um « vírus» da humanidade, generosidade, do resgate humano».

 

GRACIELA PINHEIRO, associada da SMV:

«Bom seria que o significado deste dia tivesse o alcance, a dimensão e o eco que, claramente, lhe estão subjacentes, pelo que importava que houvesse uma forte e decidida mobilização de meios, aos mais diversos níveis, capazes de lhes dar a força, o músculo e as convicções de que carece

 

LINCOLN JUSTO da SILVA, presidente da associação Ser Mais Valia, diz:

«…a solidariedade deve ser ensinada às crianças, cultivada entre os adolescentes e desenvolvida entre os adultos.»

«A SOLIDARIEDADE NÃO É FACULTATIVA, MAS UM DEVER» Jorge Sampaio

 

Isabel Amorim
Voluntária da SMV

 

 

 

Nota: referência da imagem, aqui.