Adriana Rente está em Bafatá (Guiné-Bissau), a colaborar numa missão de Capacitação Pedagógica da Sol Sem Fronteiras (SOLSEF). Aqui dá-nos notícia dos seus trabalhos.
Em missão em Bafatá (Guiné-Bissau)
A 3 de Agosto, a Maria Fernanda, ligou-me desafiando-me para substituir a Teresa Pessoa, na Missão de Capacitação Pedagógica, apoio ao Desenvolvimento de Capacidades na Gestão Pedagógica dos Centros Escolares da Missão Católica de Bafatá… Fiquei surpreendida mas com o “bichinho” cá dentro a bulir… disse que teria que falar com a Teresa Pessoa, que tinha que me inteirar dos objetivos, temáticas, conteúdos das ações previstas e ver se poderia realmente sentir segurança no trabalho a desenvolver. Falei então com a Teresa, que me passou toda a documentação que tinha no momento e que achou que, pelo facto de eu ter a Licenciatura em Ciências da Educação da FPCE da UP, de certeza me sentiria bem…
Assim, começou o grande desafio, fomos trocando mensagens e conversas telefónicas; a Teresa enviou-me uma série de atividades e programações que já tinha feito das sessões, fomos falando e discutindo; eu tinha já alguma perceção do que poderia vir a encontrar, tinha estado em Contuboel, em Jan/Fevereiro, que dista 30 km de Bafatá, a dar Formação na Área da Educação Inclusiva, no Centro de Valdelícia a professores de lá e de algumas escolas do Estado.
E assim estamos, três grupos de professores, da Escola de S. Francisco Xavier (30 formandos), do Liceu Leopoldo Pastori (28 formandos) e do Jardim de Santa Teresinha do Menino Jesus com 8 educadoras. Tenho 2ªas e 5ªas feiras a partir das 19 h até às 22.30 com a Escola, Liceu Leopoldo Pastori, às 5ªas feiras das 19 às 22 e Sábados das 8 às 13 h, e Jardim aos Sábados das 15 às 20 h. É este o horário do momento, com os ajustes e a flexibilidade necessários, pois a grande maioria dos docentes trabalha em dois locais: escola pública e Escola da Missão. As sessões, com a duração total de 60 h, terão que ser dadas até ao meu regresso, que será se Deus quiser a 9 de Dezembro, condição imposta por mim, face aos tempos de Pandemia, e às medidas profiláticas a que me imponho face à minha Família.
O trabalho tem tido vários ajustes: estes professores usam a Língua portuguesa como língua oficial, mas é uma 2ª língua, pois a sua língua materna, assim como a dos alunos é o crioulo. Isto causa problemas de interpretação, quer de textos escritos, quer orais, assim como a produção dos mesmos é muito lenta e deficitária… Tive que adaptar atividades previstas assim como os tempos e duração das mesmas nas sessões. Acresce ainda o facto de que os grupos são bem diferentes!
Com ajuda da Daniela do CEFAE Centro Oeste, da Teresa Pessoa e da equipa de retaguarda, da SOLSEF, Libertad e Inês Souta, tudo se vai resolvendo aos poucos, num ritmo nem sempre o ideal, mas no possível!
Sou uma pessoa de Desafios e de Vontade de fazer o melhor por um Mundo Melhor, acredito que há muitas estrelinhas lá no Céu a ajudarem este trabalho, esta Missão, e é nesse espírito que o faço, e sinto Gratidão imensa por esta oportunidade ter surgido na minha Vida.
Adriana Pimentel Rente
Voluntária da SMV