O projeto Mentoring participou no Simpósio Internacional de Mentoria no Ensino Superior em Portugal promovido pelo Gabinete de Desenvolvimento Humano da Universidade Nova de Lisboa, no dia 2 junho de 2025, realizado online.
A iniciativa abriu com a Professora Edite Oliveira, organizadora do evento e contou com a Professora Carmen Durán, Diretora Académica de Mentoring Institucional da Universidade Rey Juan Carlos, Professora Anabela Pereira da Universidade de Évora, Professora Célia Figueira da Universidade de Lisboa e outros intervenientes nas mesas redondas e testemunhos de mentores e mentorandos. Foi um dia de trabalho intenso em que se privilegiou a troca de experiências e a aprendizagem do público que permaneceu interessado todo o tempo. Ou, como diz o cartaz que o anuncia, foi ´um dia de reflexão, diálogo e crescimento partilhado´.
A mentoria na integração e adaptação dos estudantes do ensino superior foi considerada essencial no sentido de habilitar o estudante com competências transversais para obter sucesso académico e, desde então, fazer tudo o que for possível para impedir o abandono logo no primeiro ano da escolaridade universitária. Nesse sentido, as universidades devem apostar fortemente em formar mentores, professores e alunos de anos mais avançados, que vão facilitar a incorporação e a adaptação dos novos alunos a um mundo novo com regras próprias que lhes são desconhecidas e, por vezes, um mundo mesmo assustador.
Na mesa redonda, a voluntária da SMV e coordenadora do projeto Mentoring SMV, Ana Lopes permitiu que todos percebessem de forma muito clara a diferença da intervenção da SMV, enunciando as bases em que assenta o projeto, o perfil dos que trabalham nele, o modo como o desenvolvem e os tópicos que o orientam.
A mentoria, desenvolvida por voluntários da Associação SMV, é um trabalho de âmbito nacional. Trata-se de voluntariado sénior de competências que participa em projetos de cooperação para o desenvolvimento, impulsionadores do progresso das pessoas e das comunidades.
A mentoria dá apoio a estudantes, oriundos dos PALOP e de Timor-Leste e trabalha na inserção nos contextos social, cultural e académico em Portugal durante todo o percurso no Ensino Superior.
Este projeto é materializado por mentores com formação superior e competências diversificadas, selecionados de acordo com a área geográfica do Estabelecimento de Ensino que os estudantes frequentam.
Deste modo, a mentoria SMV pretende ultrapassar barreiras, muitas vezes difíceis de transpor: integração numa cultura diferente; ouvir e falar uma língua distinta da língua materna; integração num sistema de ensino diferente; adaptação a uma sociedade com um novo modelo de funcionamento; cumprimento de burocracias; adaptação a um clima diferente.
As estratégias gerais usadas para facilitar a vida aos jovens que chegam desses países são variadas, dentro das possibilidades da organização: acolhimento, suporte ao desenvolvimento e melhor adaptação à cultura portuguesa, em diferentes dimensões: a dimensão pessoal (bem-estar físico e psicológico; autonomia e motivação); a dimensão interpessoal (partilha de culturas e experiências de vida); a dimensão académica (incentivo à procura de apoio no Estabelecimento de Ensino e interação com professores e colegas e apoio na superação de dificuldades académicas específicas do ensino).
O caminho que se percorre com os estudantes é, por sua vez, assente em princípios e valores sempre presentes: confiança, respeito mútuo, honestidade intelectual e confidencialidade.
Privilegia-se o diálogo intercultural entre mentores e estudantes, que se concretiza no apoio do mentor, nos encontros temáticos, nos Encontros Regionais e Nacionais e através da rede social WhatsApp.
Está criado e a funcionar o Conselho Consultivo de Estudantes – para gerar espaços de diálogo crítico, definição de prioridades e reforço do apoio de mentoria. Usa-se a consultoria externa, ou seja, a utilização de consultores para transferência de conhecimento científico sobre mentoria para o projeto.
Existem parcerias que se concretizam em colaborações institucionais e de proximidade com universidades e outras instituições públicas, privadas e da sociedade civil.
Como realçou Ana Lopes, a coordenadora do projeto no final da sua apresentação “os testemunhos dos estudantes confirmam que a mentoria estimula a sua autoconfiança e motivação. Os testemunhos dos mentores revelam que é gratificante o trabalho que desenvolvem.”
Grupo da Comunicação