Na hora de um primeiro balanço

Na hora de um primeiro balanço

A participação no projecto Mais Valia, criado em 2013 pela Fundação Calouste Gulbenkian no âmbito do seu programa Parcerias para o Desenvolvimento constituiu, para a maioria dos voluntários, a oportunidade para, após o seu términus (2016), poder continuar a partilhar conhecimentos e experiência profissional acumulada, participando em projectos de cooperação e desenvolvimento.

A ideia germinou e em Novembro de 2016 é criada a Associação, abrindo-se, assim, o caminho para a consolidação dos objectivos que definimos como prioritários para o trabalho na Ser Mais Valia – “constituir uma bolsa de voluntários com idade igual ou superior a 55 anos, para desenvolver projectos de voluntariado e cidadania, essencialmente no âmbito da partilha de conhecimentos, competências e saber acumulado, em Portugal, nos PALOP ou noutros países”.

Em Maio de 2017 assumimos o estatuto de ONGD e quando nos sentamos à mesa com os nossos pares percebemos as diferenças no “quem somos”, no “que fazemos e como fazemos“ e naquilo que queremos fazer.

Há uma identidade própria, definida no perfil dos voluntários (idade e formação académica), na acção que desenvolvemos (voluntariado de competências em cooperação), na participação continuada dos associados em projectos nas áreas da saúde, da educação da cidadania e desenvolvimento. Numa altura em que o debate sobre a influência da participação contínua dos cidadãos nas questões sociais, económicas, culturais e cívicas, no bem estar físico, social e mental ao longo da vida, está na ordem do dia, a Ser Mais Valia é vista como um Associação que promove boas práticas no envelhecimento dos seus associados.

Estamos com ano e meio de actividade e entre o que, individualmente, cada um de nós idealizou para a Associação, o que como Direcção programámos e o que colectivamente concretizámos, o balanço é positivo.

O ano de 2017, foi um ano de consolidação e reconhecimento da Ser Mais Valia,  tendo sido  implementadas formas de organização interna e criados instrumentos de gestão facilitadores de maior eficácia no funcionamento das actividades. A entrada de novos voluntários – actualmente somos 56 – decorrente do recrutamento de novos candidatos, veio acrescentar “mais valia” ao trabalho que hoje é possível fazer.

Igualmente, o estabelecimento de novas parcerias de cooperação permite a participação de um maior número de voluntários nos projectos em África e em Portugal. Os projectos KRIPOR MENTORING – Apoio dos jovens bolseiros guineenses  no  desenvolvimento do seu percurso académico e integração social, MULHERES AFRICANAS – capacitação em língua portuguesa, em cooperação com a Fundação AgaKhan, e APOIO ESCOLAR A IMIGRANTES (em cooperação com a ONGD Leigos para o Desenvolvimento) são  exemplos do alargamento da intervenção da SMV  a  projetos em Portugal.

Dificuldades?

A dimensão do trabalho que envolve a organização e o funcionamento da Associação nem sempre é compatível com a disponibilidade dos associados que, voluntariamente, se ocupam das tarefas de gestão corrente e estratégica da Ser Mais Valia. A evolução da actividade da associação pode, a prazo, criar a necessidade de se introduzir um modelo gestionário com características mais profissionais. Esta questão, a par de outras , merecem uma reflexão profunda sobre o que queremos para o futuro, por forma a garantir a qualidade e a sustentabilidade da Ser mais Valia.

Julho 2018

Mafalda França Pedro